Centrais se unem no 1º de Maio contra Bolsonaro e reforma

Data da postagem: 17/04/2019

As 10 centrais sindicais brasileiras, reconhecidas formalmente ou não, se uniram de forma inédita para a manifestação de 1º de Maio deste ano, marcada para a Praça da República, região central de São Paulo. Também vão participar do ato as frentes Brasil Popular e Povo sem Medo. Ao divulgar a atividade na manhã desta quinta-feira (11) na Praça Ramos de Azevedo, também no centro, dirigentes destacaram a necessidade de somar esforços para combater o governo Bolsonaro e suas medidas, com destaque para a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 6, de “reforma” da Previdência.

“O que motiva o 1º de Maio unificado é exatamente a necessidade de dar resposta a esse ambiente hostil”, afirmou o presidente da CTB, Adilson Araújo, enquanto distribuía panfletos na calçada diante do Teatro Municipal. “É um governo que defende uma agenda ultraliberal, de viés fascista, de extrema-direita, legislando interesses do grande capital”, acrescentou, lembrando que a “propaganda” oficial para a Previdência é a mesma do período do projeto que mudou a legislação trabalhista: criar empregos e impulsionar a economia, algo distante da realidade. “O que a gente assiste no curso da reforma trabalhista é o desemprego alarmante, a informalidade e o desalento.”

Também hoje, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou nova estimativa para o crescimento da economia neste ano, que recuou de 2,7% para 2%. Já a previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) industrial despencou: de 3%, em dezembro, para 1,1% agora. “O ritmo da atividade no início do ano foi bem mais fraco do que se esperava. O desemprego permanece alto, as famílias ainda não retomaram o consumo e as empresas enfrentam muitas dificuldades”, disse o gerente-executivo de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco.

Para o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, o que poderia proporcionar crescimento econômico é uma reforma tributária. “A da Previdência é um pleito dos banqueiros, do mercado financeiro”, definiu.

Ele avalia que a união entre as centrais “é o grande feito” deste ano. “A maturidade falou mais alto. Se não tiver essa unidade, não conseguiremos enfrentar o inimigo. Isso fortalece a luta contra a reforma.” O dirigente considera que, neste momento, a PEC 6 “não passa”, mas lembra que o governo está agindo no Congresso e com o empresariado para garantir a aprovação.

O ato de 1º de Maio está previsto para ir das 10h às 18h, com a prersença de artistas – nenhum nome ainda foi confirmado. Participam da organização do evento CGTB, CSB, CTB, CSP, CUT, Força, Intersindical (duas), Nova Central e UGT, além das frentes.

Fonte: Rede Brasil Atual

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