Gráficos da Donnelley vão protestar junto com demitidos da Abril, definem sindicatos das categorias
Protesto conjunto foi planejado ontem em reunião na Federação Paulista dos Gráficos. Os sindicatos dos trabalhadores já confirmaram presença. A ação foi sugerida na assembleia de demitidos da Abril após a Justiça atrasar outra vez a assembleia de credores da recuperação judicial da editora
Nesta quarta-feira (24), dias depois do Poder Judiciário adiar outra vez a assembleia dos credores da Recuperação Judicial da Editora Abril, que já dura 8 meses e ainda não pagou mais de mil profissionais demitidos, deve ser organizado pelos sindicatos dos trabalhadores demitidos um grande protesto dos profissionais na frente da empresa na Marginal. A reunião de planejamento ocorrerá na Federação Paulista dos Gráficos (Ftigesp). A retomada da manifestação foi decidida há alguns dias em uma assembleia com os empregados demitidos. O movimento, liderado pelos sindicatos dos jornalistas, administradores e dos gráficos (STIG-SP) e com apoio da Ftigesp, chamou o sindicato (SINDIGRÁFICOS), que lidera a luta dos mil gráficos demitidos pela Donnelley, multinacional dos EUA que fechou há algumas semanas e não pagou ninguém. As entidades farão juntas um grande protesto e cobraram os seus direitos.
“Convocaremos os gráficos demitidos pela Abril e pela RR Donnelley para juntos cobrarmos o pagamento das verbas rescisórias”, antecipa Leonardo Del Roy, presidente da Ftigesp. O dia da manifestação será definida na reunião de hoje. Todavia, a orientação inicial é que todos os trabalhadores se preparam e participem, levando inclusive cartazes e faixas mostrando o sofrimento que enfrentam enquanto o calote está em curso. Também serão convidados outros profissionais que enfrentam o mesmo problema de empresas que não pagam verbas rescisórias, como os da Fnac e Livraria Cultura. Cada um dos sindicatos será convidado.
Os trabalhadores fizeram a sua parte quando estavam empregados. Falta essas empresas, como a Abril e a Donnelley fazerem também a sua. A intenção inicial é de entregar durante o protesto uma carta para o Grupo Abril cobrando isso. Que pague o que deve aos profissionais. O documento exigirá ainda que a empresa não peça novos adiantamentos à Justiça sobre a data da assembleia de credores da editora. A Abril fez isso há pouco. E o Poder Judiciário atrasou a data para 28 de maio e pode ocorrer até no dia 5 de junho. Com isso, a editora conseguiu mais tempo para continuar sem pagar passivos trabalhistas e outros credores.
“Vamos fazer um grande protesto contra essa estratégia jurídica adota pela empresa que tem mantido o calote contra os ex empregados já há 8 meses desde quando a Abril pediu a sua recuperação judicial”, diz Del Roy. Após a manifestação, os sindicatos e trabalhadores seguirão até o escritório comercial da Abril, em Pinheiros, e ao Fórum João Mendes, no Centro, onde entregarão cartas feitas pelos trabalhadores demitidos. A manifestação também chamará atenção para o que acontece contra os direitos dos gráficos da Donnelley. A intenção é que evita o desrespeito da multinacional à legislação trabalhista, que obriga a empresa a pagar o pagamento das verbas rescisórias dos gráficos demitidos em 10 dias.
O movimento sindical aproveita para já orientar os demitidos a enviarem uma carta para o juiz do caso da recuperação judicial da Abril, Paulo Furtado, 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central da Capital, que fica na Praça João Mendes, s/nº, Salas 1618/1624, Centro – CEP 01501-900. Na carta, digam o tempo de Abril; unidade de trabalho; quanto a empresa lhe deve (mesmo aproximado); contar as dificuldades pessoal e familiar enfrentada por causa do calote; e adicionar ainda fotos da família, contas atrasadas, receitas médicas e muito mais. Ou enviarem um e-mail para ele: sp2falencias©tjsp.jus.br.
FONTE: FTIGESP