Gráficos do estado de São Paulo em Campanha Salarial Unificada

Data da postagem: 29/09/2016

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Com o slogan acima, os trabalhadores das indústrias gráficas paulistas iniciam a nova Campanha Salarial após realizarem, nas últimas semanas, assembleias em todas as regiões onde há sindicatos organizados no estado. Uma enxuta pauta de reivindicação foi definida. Ela será única para os gráficos em todas cidades, exceto na Baixada Santista e Grande ABC, onde há uma outra data-base e representação patronal deste setor. A pauta unificada foi construída pela contribuição da base e dos sindicalistas em cada uma das assembleias. As últimas aconteceram nas regiões de Barueri/Osasco (9), Jundiaí (11) e na capital (16). Os gráficos, atentos à questão da crise econômica, decidiram exigir só a recuperação das perdas salariais diante da inflação anual correspondente ao período da data-base (1º de novembro) e as perdas acumuladas com a última negociação salarial, quando houve o parcelamento do reajuste, acumulando um prejuízo entre 1% e 2%. A pauta ainda exige a estabilidade de três meses dos gráficos no emprego e nenhum direito a menos da atual Convenção Coletiva de Trabalho.

“Está empregado, está amparado. Os gráficos que tocam a produção exigem respeito, recomposição salarial e manutenção de direitos”, frisa Álvaro Ferreira, presidente do Sindicato dos Gráficos de Barueri/Osasco, durante reunião com mais de 110 gráficos na assembleia da categoria. O sindicalista alertou que caberá a todos entrar nesta luta para garantir a pauta de reivindicação e lembrou que não é à toa o slogan da campanha salarial, em que destaca a importância da unidade e da luta, que é uma responsabilidade de todo Sindicato e da própria categoria. “Não é papel do trabalhador apenas cobrar o resultado final da Campanha, mas participar dela para obter a vitória”.

Os STIGs Sorocaba e Guarulhos reafirmam a necessidade de unidade, organização e de mobilização da categoria. “A campanha salarial começou e o trabalhador isolado é explorado”, alertou João Ferreira, presidente do STIG Sorocaba. Francisco Wirton, presidente do STIG Guarulhos, fez questão de complementar dizendo que nenhuma conquista virá para os trabalhadores se não houver participação nesta campanha: sem luta, não há conquista, portanto, é indispensável a categoria aderir à luta.

“A nossa ideia é fazer uma campanha salarial na porta das empresas, chamando os gráficos para a luta em defesa de seus direitos. É preciso sair da zona de conforto pela busca da manutenção do emprego e da justa recomposição salarial. É fundamental participar das assembleias e atividades ao longo do processo. Vem pra luta”, diz Leandro Rodrigues, presidente do STIG Jundiaí, lembrando aos gráficos na assembleia da região que o custo de vida e da cesta básica continua aumentando.

A Federação Estadual da categoria (FTIGESP), através do conjunto de STIGs, reuniu todas as propostas oriundas das assembleias e definiu uma pauta de reivindicação enxuta por compreender o atual momento de recuperação da economia, portanto, espera coerência do setor patronal. “Não exigiremos ganho real, mas somente a recuperação das perdas com a inflação. Não pedimos mais direitos, mas a garantia do que já existe. E reivindicamos a manutenção do emprego”, descreve Leonardo Del Roy, presidente da FTIGESP.

“A estabilidade de três meses no trabalho está prevista inclusive na lei, quando o desfecho da negociação salarial ocorre através de dissídio na Justiça. A intenção é que este direito seja garantido, independente de ter que ir ao processo de dissídio, mas de forma acordada”, disse Ferreira na assembleia.

A FTIGESP funcionará nesta campanha como um tipo de assistente nas negociações com o setor patronal, mas são os STIGs que têm o papel fundamental na mesa de negociação através das ações sindicais junto à organização e à mobilização de suas bases nas gráficas em todas as regiões do Estado.

Por FTIGESP

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