Profissional gráfica precisa romper o silêncio para evitar doenças do trabalho

Data da postagem: 16/03/2015

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Um mal silencioso vem afetando cada vez mais as profissionais do ramo gráfico. São as doenças por esforço repetitivo (LER). O problema tem se agravado devido às inadequadas condições de trabalho oferecidas pelas empresas. Outro grande problema é o silêncio adotado pelas trabalhadoras diante da questão. Temendo represálias do patrão, mesmo já sentindo os sintomas da doença, elas costumam não se queixarem com seus superiores no trabalho, nem com o sindicato.

A omissão prejudica a identificação do número de casos da enfermidade na empresa. Isso compromete a saúde da funcionária, bem como das demais que laboram na mesma máquina ou bancada irregular de acabamento, que promovem a doença. Ao se calar diante do caso, a funcionária contribui para elevar o problema, pois o sindicato ficará sem saber, impedindo qualquer intervenção da entidade para buscar sanar o problema através dos órgãos públicos competentes.

A problemática tem chamado a atenção da Confederação Nacional dos Trabalhadores da Indústria Gráfica (CONATIG), que, aproveita o mês de março, período em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, para alertar as profissionais para denunciarem tal quadro negativo das empresas. “As mulheres precisam entender que elas são o intercâmbio do sindicato. Nenhum caso de LER, ou outra doença, ou qualquer problema oriundo da irregular condição no local profissional será resolvido sem elas dizerem”, pontua Leonardo Del Roy, presidente da CONATIG.

Neste sentido, a fim de conscientizar o segmento gráfico feminino sobre a consequência da questão do silêncio frente às irregularidades patronais, que mantém e amplia os problemas para as trabalhadoras, a exemplo do assédio moral, mas também o da promoção de doenças, tipo a LER, Del Roy tem feito palestras neste mês em comemoração ao Dia da Mulher. No último final da semana, o dirigente participou do encontro das gráficas, promovido pelo STIG Baruerí/Osasco. Tinha cerca de 100 trabalhadoras. “O problema não está no sindicato, mas dentro das empresas”, alertou o dirigente, dizendo que elas precisam fazer a informação chegar no STIG.

O tema será apresentado por Del Roy a mais trabalhadoras de outras áreas. Neste sábado (14), o STIG São Paulo com o apoio dos STIGs de Santos, Sorocaba, Bauru, Taubaté e de Guarulhos promovem o encontro das profissionais gráficas dessas locais. O evento será realizado na Colônia de Férias dos Gráficos, em Praia Grande. O dirigente, que também é presidente da Federação dos Trabalhadores Gráficos no Estado de São Paulo, garante que voltará a abordar sobre a necessidade da denúncia das mulheres ao sindicato, a fim de reduzir os problemas gerados dentro do ambiente de trabalho irregular.

Fonte: CONATIG

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