Serviços puxam taxa de emprego

Data da postagem: 18/10/2013

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Contrariando as previsões pessimistas que apontam para um tímido crescimento da economia brasileira, com o Produto Interno Bruto (PIB) pouco abaixo de 2,5% em 2013 (de acordo com a última Pesquisa Focus do Banco Central), o mês de setembro dá indícios de uma possível retomada do ritmo de produção do país. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), foram gerados, no mês de setembro, 211.068 novos postos de trabalho com carteira assinada – 1,8 milhão de admissões, frente a 1,6 milhão de demissões. O resultado do mês é 0,52% maior do que o de agosto e marca a segunda alta consecutiva neste ano.

O setor de Serviços foi o grande destaque da geração de empregos, alavancando o índice geral com a oferta de 70.597 postos um saldo superior ao registrado em setembro de 2012, quando foram abertas 55.221 oportunidades. A Indústria de Transformação foi a segunda que contou com mais participação nesse crescimento, com geração de 63.276 postos de trabalho. Já o Comércio, terceiro no ranking, teve participação de 53.845 empregos – saldo superior ao registrado em setembro de 2012, quando foram oferecidas 35.319 vagas.

De acordo com o Ministério do Trabalho, o bom desempenho do setor de Serviços ocorreu pela expansão generalizada dos ramos de alojamento e alimentação, que geraram 22.616 vagas (0,40%); seguido do comércio e administração de imóveis – com oferta de 20.246 novos postos (0,43%).

Apesar dos bons índices registrados no mês, o economista-chefe da Oppus Investimento e especialista em mercado de trabalho da PUC-Rio, José Márcio Camargo acredita que é cedo para comemorar um possível reaquecimento da economia nacional.

“Um dado não faz uma tendência, mesmo que seja o segundo mês com aumento de empregos no país. Sazonalmente, os próximos meses (outubro e novembro) são tradicionalmente aquecidos no setor de Serviços e Comércio por conta das contratações de fim de ano. Mas percebemos que a produção industrial cresce pouco. O que deve impactar substancialmente nos resultados do ano “, observa Camargo.

Quanto à remuneração, os salários médios de admissão tiveram aumento real de 2,20% de janeiro a setembro de 2013, quando comparado ao mesmo período do ano passado. O salário médio passou de R$ 1.076,55 para R$ 1.100,22.0 aumento da remuneração na admissão foi observado em 23 estados, com destaque para Alagoas (9,96%), Pará (4,21%) e Distrito Federal (3,84%). Já as maiores perdas foram verificadas em Rondônia (-1,75 %) e Paraíba (-1,47 %).

Nordeste na dianteira da oferta de empregos

Os dados do Caged revelaram ainda o dinamismo da região Nordeste. Os estados nordestinos foram responsáveis pela maior geração de empregos no Brasil. Foram abertas 78.162 novos postos de trabalho (1,22%) na região. Em segundo lugar ficou o Sudeste, que gerou 72.612 oportunidades formais de emprego (0,63%), com destaque para as regiões metropolitanas de São Paulo (com 26.891 postos) e do Rio de Janeiro (11.720 vagas), crescimento de 0,40% e 0,41% respectivamente.

Paia o economista Gilberto Braga o boom da Construção Civil ajuda a explicar a alta nas regiões. “Estamos na reta final das obras para a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, o que pressiona o mercado por mão de obra. Sem falar nos efeitos da casa própria, com o programa Minha Casa, Minha Vida”, aponta Braga.

De acordo com o Ministério do Trabalho, o bom desempenho do setor Serviços está ligado à expansão dos ramos de alojamento e alimentação, que geraram 22.616 oportunidades no mês

Raio-X do emprego

1,8 milhão

A mão de obra adicional no mês passado foi o resultado de aproximadamente 1,8 milhão de admissões e 1,6 milhão de demissões, que gerou saldo de 211.068 postos de trabalho.

45,2 mil

Total de oportunidades formais geradas em São Paulo. O estado é o primeiro no ranking dos melhores resultados, seguido por Pernambuco, com 29,9 mil postos, e Alagoas, com 16,2 mil.

R$ 1.100,22

Valor médio dos salários, que tiveram alta de 2,20% no ano, comparado com 2012.

Fonte: Brasil Econômico

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