Trabalhadores perdem R$ 800 por ano por causa do trânsito, diz pesquisa

Data da postagem: 25/02/2015
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Segundo pesquisa, na Grande São Paulo, longa distância entre casa e trabalho é a razão para 37% dos entrevistados trocarem de emprego.

A maior cidade do país bateu recorde de congestionamento na volta às aulas depois do carnaval. Uma pesquisa calculou que trabalhadores chegam a perder um salário mínimo por ano porque ficaram parados no trânsito da Grande São Paulo.

As pessoas economizam o que pagariam pelo transporte e ainda ganham tempo, muito tempo, para curtir a casa e a família. Isso sem falar que se livram do stress que é passar horas parado no trânsito.

Se você tem dúvida que o ano só começa para valer depois do carnaval, é só olhar o trânsito. Na maior cidade do país, os congestionamentos bateram recorde nesta manhã desta segunda-feira (23). E não só por causa dos acidentes. Segundo a CET, estamos com a frota total nas ruas, com os 20% que deixam de circular durante as férias. As filas se estenderam por todo o dia, ruim para quem está de carro, pior para quem depende de ônibus.

Bom Dia Brasil: Duas horas para ir e para voltar ou só para ir?
Helena Estevão Cardoso, doméstica: Só para ir.
Bom Dia Brasil: E mais duas para voltar?
Helena Estevão Cardoso, doméstica: Isso.
Bom Dia Brasil: O que a senhora faria nessas quatro horas se não passasse dentro do ônibus?
Helena Estevão Cardoso, doméstica: Ah, eu dormiria um pouquinho mais.

“Poderia ler, poderia estudar. Curtir minha família, mas aí você passa na condução, no trânsito”, afirma a secretária escolar Vilma Rita de Cássia da Silva.

O empresário Jacob Rosemblum fez uma pesquisa, entre as pessoas que ganham até R$ 2,5 mil. Descobriu que, na Grande São Paulo, a longa distância entre a casa e o trabalho foi a razão para 37% dos entrevistados trocarem de emprego. O trabalhador passa em média três horas por dia no trânsito que, nas contas dele, significam uma perda de R$ 800 por ano. “Esses R$ 800 perdidos, ele efetivamente está perdendo o 14º salário, que ele poderia estar trabalhando ou descansando”, afirma o presidente da empresa Emprego Ligado.

Há 40 anos, um supermercado, da Zona Norte de São Paulo, adotou uma estratégia: só contrata pessoas que moram perto. Ao todo, 80 % dos funcionários chegam e vão embora para casa a pé.

O gerente acredita que isso deixa o trabalhador mais motivado e faz com que ele fique mais tempo na empresa. “Aqui a rotatividade é muito pequena mesmo. Funcionários nosso entre 5 a 10 anos que trabalham com a gente”, conta José Claudemir Polônio, gerente do supermercado.

A fiscal de caixa Maria Cícera mora a dez passos do emprego: um luxo. “Se acontecer alguma coisa com meu filho, eu tenho como dar um pulinho na minha casa, ver com é que ele está. É muito bom trabalhar próximo de casa, que eu trabalho”, diz.

“Tudo isso eu ganho na minha casa, mesmo, assistindo minha novelinha, tomando meu café, estendo uma roupa no varal e volto. Com a corda toda pronta para enfrentar mais o resto da jornada de trabalho”, afirma a analista de crédito Raquel Pires Marçal. E a casa da Raquel é colada no supermercado. “O estresse de ter mais gente, pegar ônibus lotado, pegar chuva, parar no meio do trânsito. Isso eu excluo para mim. Eu não tenho esse estresse na minha vida”, comenta.

Fonte: Bom Dia Brasil

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