127,6 mil empregos em agosto

Data da postagem: 24/09/2013

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O mercado de trabalho formal registrou, em agosto, expansão de 0,32% em relação a julho, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. No período, foram criadas 127.648 vagas. O número de postos, embora seja 26% superior ao registrado no oitavo mês do ano passado (quando houve saldo de 100.938), é o segundo pior para agosto desde 2003 (79.772).

O total de admissões em agosto foi de 1,8 milhão — contra 1,7 milhão de desligamentos –, o segundo maior para o mês desde o início da série histórica, em 2003. No acumulado de 2013, houve aumento de 1,076 milhão de vagas, incremento de 2,72% ante o mesmo período de 2012. E nos últimos 12 meses, a expansão foi de 2,36%, o que significa mais 937.518 novos empregados celetistas.

A despeito da melhora do emprego frente a julho e a agosto do ano passado, o mercado de trabalho — uma das principais âncoras do governo da presidente Dilma Rousseff — mostra sinais de cansaço e moderação diante de uma economia que se mantém em fraca trajetória de recuperação, com dados voláteis e redução nos níveis de contratação em quase todos os segmentos produtivos.

Por setores de atividade, o que mais contratou foi o de serviços (saldo de 64.290 postos), com incremento de 0,39% ante julho. Em seguida, vêm o comércio (50.070), com uma alta de 0,56%, a indústria de transformação (11.347), com expansão de 0,14%, e a construção civil (11.165), com aumento de 0,35%. A agricultura e o ramo de serviços industriais de utilidade pública, por sua vez, apresentaram recuo no número de chances: queda de 0,71% e de 0,12%, respectivamente.

Cesar Bergo, sócio da Corretora OpenInvest, já esperava um resultado melhor em agosto para a geração de vagas. De acordo com ele, a alta do dólar possibilitou um incremento para setores exportadores. Além disso, os incentivos dados pelo governo nos últimos meses — como a isenção de impostos — começaram a refletir no mercado de trabalho. Mas Borges teme que, se não houver medidas complementares, o desemprego volte a ganhar força no começo do próximo ano. “Os números de hoje provam que a trajetória do emprego está equilibrada, por enquanto. Mas pode piorar a partir de fevereiro de 2014”, resultado, sobretudo, do aumento do salário mínimo, argumentou o consultor.

De Norte a Sul

Regionalmente, o Sudeste foi o mais que contratou — 51.190 pessoas, acréscimo de 0,24% na comparação com o mês anterior. O Nordeste criou 33.134 postos (expansão de 0,52%); o Sul, 27.890 (0,38%); o Centro-Oeste, 9.226 (0,29%); e o Norte, 6.208 (0,34%). Dos 26 estados e o Distrito Federal, houve elevação do nível de emprego formal em 25 unidades, com destaque para São Paulo, com 39.564 oportunidades, incremento de 0,31%. O Acre e Minas Gerais foram os únicos que demitiram mais do que contrataram.

No que depender das amigas, e agora sócias, Valéria Mazo, 56 anos, e Andrea Geiza, 40, o mês de setembro também terá um bom desempenho na geração de vagas. Elas inauguraram na última segunda-feira uma esmalteria na Asa Sul, em Brasília, e abriram 16 postos de trabalho.

Maria Martins, 41, é uma das funcionárias do local. Ela enfrentou um rigoroso critério de seleção. A recém-contratada atuará como designer de sobrancelhas, com salário fixo de R$ 1.017, mais as comissões. “E o mais importante é que agora tenho carteira assinada. Estou muito feliz com o emprego”, afirmou. Apesar da experiência na área, a nova função será um desafio. “Toda mudança gera uma expectativa, e espero não falhar. Farei o melhor”, garantiu.

A manicure Raquel Pereira, 25, é outra nova funcionária. Ela lembrou que não estava satisfeita com emprego anterior . “Por isso, recebi a proposta da esmalteria e logo aceitei”, enfatizou. Raquel decidiu apostar na nova empreitada porque, antes, ganhava apen as pequenas comissões, além de ficar à mercê do baixo movimento de clientes.

Fonte: Correio Braziliense

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