Gráficos na Assembleia Nacional das Centrais Sindicais contra as reformas do Temer
A união entre as Centrais Sindicais em torno das críticas ao governo do presidente interino, Michel Temer, e sua reforma sobre os direitos previdenciários e trabalhistas foram o ponto auge da Assembleia Nacional das entidades. O evento contou com a Federação Estadual dos Gráficos (FTIGESP), reuniu as lideranças da Força Sindical, Central Única dos Trabalhadores (CUT), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB), Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST).
Na ocasião, os participantes aprovaram um documento único contra a flexibilização da CLT e a reforma da Previdência, estas que são as principais reformas já defendidas pelo governo interino, desde que chegou ao poder com o afastamento da presidente Dilma Rousseff. O documento, que também é contra o desmonte das políticas de inclusão social nos últimos anos e em defesa do emprego e das garantias dos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, foi enviado à Presidência da República. As centrais ainda definiram a realização do Dia Nacional de Luta, no qual tomarão as ruas nas capitais em defesa dos direitos e do emprego na próxima terça-feira, 16/8.
“A Assembleia, que aconteceu no final do mês passado, em São Paulo, foi fundamental para restabelecer a unidade entre a classe trabalhadora, através das suas Centrais Sindicais. Assim, retomamos força total contra a tentativa do governo em passar um ‘rolo compressor’ sobre nossos direitos”, diz Leonardo Del Roy, presidente da FTIGESP, que foi convidado para o evento, mas não pode participar por problemas de saúde. O sindicalista lembrou que só a unidade, organização e mobilização dos trabalhadores podem ser capazes de frear a tentativa de flexibilização e consequente exclusão de direitos sociais, dos aposentados e todos os trabalhadores.
Álvaro Ferreira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Gráficos de Barueri, Osasco e Região (Sindigráficos), presente na Assembleia, destacou que esse pacote de reformas sobre as aposentadorias e os direitos trabalhistas é um grande retrocesso para o Brasil contra os que mais necessitam do apoio governamental. Ainda frisou várias consequências negativas sobre os direitos, sobretudo em relação a intenção de flexibilizar as leis do trabalho com um projeto chamado Negociado sobre o Legislado. “Este projeto vai findar com direitos contidos em nossa Convenção Coletiva de Trabalho”, diz o dirigente, explicando que o projeto permitirá aos patrões negociar abaixo de tais direitos, independente da existência das convenções.
“Não podemos deixar que tirem os nossos direitos conquistados, temos que nos mobilizar e lutar organizados por nossas conquistas”, bradou João Ferreira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Gráficos de Sorocaba e Região, presente também na Assembleia, acompanhado do diretor Ezequias Costa.
Outro dirigente gráfico que participou do evento foi o diretor do Sindigráficos, João Lopes.
