Pesquisa do Dieese aponta que crescimento do home office já repercute nas negociações coletivas

Data da postagem: 13/04/2021

Um levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e estudos Socioeconômicos (Dieese), de 12 de abril de 2021, aponta que o crescimento do home office pelas empresas já está repercutindo na negociação coletiva. Em 2019, apenas 1,2% das negociações faziam menção ao trabalho remoto, enquanto em 2020 foram 13,7%.

O crescimento do home office no mundo e a crise causada pela pandemia do novo coronavírus, já haviam sido discutidos no final de 2020, durante reunião do comitê executivo da Global Union – Graphical & Packaging. O encontro que aconteceu por videoconferência contou com a participação do presidente do Sindigráficos, Joaquim de Oliveira. O Global Union – Graphical & Packaging é um sindicato global com mais de 800 mil membros e 150 sindicatos em todo o mundo.

Para Joaquim, a discussão é necessária porque com a pandemia, muitas empresas aderiram o home office no mundo todo. “No Brasil, a reforma sindical contemplou o teletrabalho, mas é preciso um grande debate porque a maioria dos trabalhadores não conta com estrutura adequada em suas casas para o trabalho remoto, muita gente não tem condições de trabalhar de casa”.

A falta de estrutura, inclusive, foi apontada na nota técnica do Dieese como uma das principais preocupações dos trabalhadores nessa transição forçada, do trabalho presencial para o home office. Já que, existiu a necessidade do uso de móveis e equipamentos tecnológicos que o empregado, muitas vezes, não possuía, gerando aumento de gastos com infraestrutura, como internet, telefone e eletricidade.

Com isso, cerca de 36% das negociações trataram desse tema, em 2020. Pouco menos da metade dessas negociações define que as disposições acerca da responsabilidade por equipamentos e infraestrutura sejam objeto de contrato individual, como estava previsto na MP 927, ou que seja negociado em novo acordo individual ou coletivo.

Ainda segundo levantamento do Dieese, os setores com a maior proporção de negociações sobre o assunto são os serviços, com 17,5%, e o comércio 16,3%. Na indústria, o percentual foi menor, 9,7%. Já entre os rurais, as cláusulas sobre home office representaram apenas 1,1%.

FONTE – DIEESE

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