Risco de jovem ficar desempregado é 3 vezes maior do que um adulto
O Brasil tem conseguido melhorar o nível de emprego da população nos últimos anos, mas não para todo mundo. Os jovens têm três vezes mais riscos de ficarem desempregados no País do que um adulto, mostra a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que divulgou ontem em um evento em Brasília extenso relatório, entre outras coisas, sobre o emprego entre os jovens brasileiros, o primeiro do tipo para mercados emergentes e com conclusões não muito animadoras.
A principal recomendação da OCDE é aumentar o investimento em educação, além de buscar medidas para estimular e reduzir os custos de contratação das pessoas mais novas. O documento, de i84páginas,destaca que em 2012 um quarto das pessoas com idade para trabalhar no Brasil tinha entre 15 e 24 anos. Entre os desempregados, 46% eram jovens.
O relatório ressalta que o Brasil tem aumentado os investimentos em educação nos últimos anos, mas o nível permanece abaixo de outros países da OCDE. Argentina, Chile e México, por exemplo, investem mais que a média. Em 2010, o Brasil investiu 5,6% do Produto Interno Bruto (PIB) em educação, abaixo da média de 6,3% dos países da organização.
A recente decisão da presidente Dilma Rousseff de alocar parte dos royalties do petróleo do pré-sal em educação é elogiada no documento e vai permitir que o Brasil aumente o porcentual do PIB investido em educação. Mas “esforços adicionais” precisam ser feitos, alerta a organização, como melhorar a qualidade do ensino básico e garantir que os investimentos em educação sejam gastos de forma eficaz.
Crescimento. Ainda em seu relatório, a OCDE voltou a revisar para baixo as projeções de crescimento da economia brasileira. A previsão agora é de que o País cresça 2,5% este ano e 2,2% em 2014. Nos dois casos, o número é menor do que o divulgado na última projeção, feita em maio, quando a OCDE esperava alta de 2,9% e 3,5%.
Em maio, a OCDE já havia reduzido a previsão anterior de crescimento do País para 2013, de 4% estimados em boletim divulgado no fim de 2012. Estrangulamentos pelo lado da oferta, que incluem gargalos na infraestrutura e alto nível de impostos, estão “crescentemente impedindo” uma maior expansão da economia, justifica a organização.
A OCDE pede que o Brasil continue elevando os juros para baixar a inflação, faça ajustes na política fiscal e invista mais em infraestrutura.
“O Brasil se moveu para cima no ranking das maiores economias do mundo”, destaca o documento em seu primeiro capítulo. “Uma questão-chave para o País é que agora é hora de construir em cima dessas conquistas.”
Emprego e educação
46%
dos desempregados no País em 2012 eram jovens
5,6%
do PIB do País foi investido em educação em 2010, abaixo da média de 6,3% da OCDE
Fonte: O Estado de S. Paulo