Sindigráficos conseguem apoio de 13 Sindicatos da região em protesto na porta da Gráfica RR Donnelley

Data da postagem: 6/11/2020

Na manhã de sexta-feira, 6 de novembro, o Sindigráficos organizou um novo protesto na porta da Gráfica RR Donnelley, no Tamboré, Barueri. Dessa vez, além da presença de ex-empregados, o movimento ganhou o apoio e a força de vários outros sindicatos, como dos Comerciários de Osasco, Metalúrgicos de Osasco e Região, Funcionários Públicos de Carapicuíba, Gráficos de Sorocaba, Sindcovel, Conselho Intersindical, Vigilantes de Barueri, Vigilantes de Osasco, Abreia, Sindicato da Saúde, Sindicato das Farmácias de Osasco e Região, Ferroviários e dos Eletricitários de São Paulo.

A manifestação foi motivada pelo descaso com que os 916 trabalhadores demitidos pela multinacional estão sendo tratados, são 22 meses sem receber nenhum direito trabalhista.

Todos que participaram do ato fizeram questão de destacar o apoio e a solidariedade aos trabalhadores. Além disso, nas intervenções ficou clara a opinião dos sindicalistas. “Essas empresas multinacionais chegam ao Brasil para ganhar dinheiro e explorar a mão de obra, quando já não querem mais, vão embora sem dar nenhuma proteção. Essa é uma lei falha que não protege o trabalhador”.

Os sindicatos também reafirmaram a disposição de apoiar o Sindigráficos e os ex-empregados nas futuras manifestações. “Quero agradecer a todos os Sindicatos que participaram, apoiaram a manifestação e se solidarizaram com o momento difícil que todos os trabalhadores estão passando”, afirmou o presidente do Sindigráficos, Joaquim de Oliveira.

O presidente lembrou que foi empregado da Gráfica RR Donnelley desde 1989 e, com a autofalência, também acabou demitido sem receber os direitos trabalhistas. “Tenho profundo respeito e gratidão por todos os trabalhadores. Eles sempre me ouviram e me apoiaram incondicionalmente. Se sou sindicalista hoje, é porque me deram esse voto de confiança. Tenho esse compromisso de luta com cada um ”, relembrou.

Em abril de 2019, a empresa decretou autofalência e deixou todos na mão sem o recebimento de verbas rescisórias e demais direitos trabalhistas. “Já se passaram 22 meses e a empresa não tomou nenhuma providência. Muitos trabalhadores continuam desempregados e ninguém recebeu os direitos. Estamos nos organizando para acionar judicialmente a Gráfica. A justiça tem que ser feita”, completou Joaquim de Oliveira.

Na manhã do dia 1º de abril de 2019, trabalhadores da gráfica foram surpreendidos com anúncio do fechamento das três fábricas brasileiras. A empresa multinacional pediu autofalência, em surdina, alegando “que o desenvolvimento de sua atividade empresarial deixou de ser economicamente viável”. A manobra teria servido para livrar a empresa de dívidas e prejuízos, mesmo com um contrato milionário pago pela impressão das provas do Enem. Na época 916 trabalhadores ficaram desempregados e sem receber seus direitos.

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