Termina sem acordo nova rodada de negociação na FIESP

Data da postagem: 5/11/2010
Sindicalistas rejeitaram na mesa as propostas dos patrões

Sindicalistas rejeitaram na mesa as propostas dos patrões

A quarta rodada de negociações da Campanha Salarial 2010/2011, capitaneada pela Federação dos Gráficos do Estado de São Paulo, com a participação do Sindicato dos Gráficos de Barueri, Osasco e Região, terminou sem acordo com os patrões do Sindigraf. A reunião foi realizada na manhã desta quinta-feira, 4, no prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP). Uma nova rodada de negociações ficou agendada para o próximo dia 18 de novembro.
A Campanha Salarial dos gráficos é unificada e abrange os sindicatos dos trabalhadores da capital, regiões metropolitanas e interior, totalizando cerca de 100 mil funcionários. Na reunião desta quinta-feira, os representantes dos trabalhadores recusaram na mesa a proposta de reajuste de 6,4%, segunda apresentada pelo setor patronal no decorrer da negociação, que foi aberta com um índice de 6%.
Além da proposta econômica considerada ridícula pelos sindicalistas, outra proposta da mesa patronal desagradou muito os representantes dos trabalhadores: o Sindigraf propôs a criação de um segundo piso salarial, que seria chamado “piso diferenciado”. Com a desculpa de criar empregos, a mudança abriria espaço para os empresários reduzirem salários de diversas funções nas empresas. A proposta foi veementemente rejeitada pelos sindicalistas presentes.
Também não houve avanço na discussão de outras questões econômicas e sociais da pauta de reivindicações apresentada em setembro aos patrões pela Federação. Para o presidente da entidade, Leonardo Del Roy, a mudança da diretoria do Sindigraf está causando empecilhos inesperados para o consenso. “a reunião não caminhou (…) e nos deixa uma nova preocupação, porque o setor patronal, com uma nova diretoria, tem nos colocado situações como fracionamento de faixas de salários, criação de novos pisos, um reajuste salarial muito aquém, no nosso entendimento, da realidade do setor e muito aquém da própria realidade econômica”, disse. Del Roy ressaltou que a situação será levada à categoria, mas que os trabalhadores não estão dispostos a alterar dispositivos já consagrados da atual convenção coletiva.

Negociação na FIESP com o Sindigraf

Joaquim Oliveira conversa com Leonardo Del Roy durante negociação na FIESP

O presidente do Sindicato dos Gráficos de Barueri, Osasco e Região, Joaquim Oliveira, destacou que a atual conjuntura econômica e mesmo os resultados específicos do setor gráfico não justificam a intransigência dos patrões. “Nós temos dados do DIEESE mostrando que a maioria das categorias está conseguindo bons acordos. O setor gráfico este ano está crescendo. Na própria revista do sindicato deles eles mostram esse crescimento, mas aqui continuam com essa intransigência. Quem sabe na reunião do dia 18 eles mudem de posição”, ponderou. Ele destacou que o sindicato vai preparar a categoria para responder na mesma moeda. “Neste intervalo nós vamos intensificar a conversa com a base e prepará-la para a eventualidade deles continuarem com essa intransigência na mesa, para estarmos preparados, no caso, se for preciso, para uma paralisação do setor”, afirmou.

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