Trabalho infantil cai no Brasil, mas ainda é alto

Data da postagem: 25/09/2013

trabalho_infantil

País reduziu mão de obra de crianças em 30%, ou 500 mil menores, resultado considerado modelo pela OIT, mas ainda há 1,6 milhão trabalhando

Cerca de 500 mil crianças deixaram de trabalhar no Brasil em apenas três anos, um marco que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) destaca como um modelo que deve ser seguido em outras economias. Dados divulgados ontem revelam que, entre 2008 e 2011, o número de crianças em postos de trabalho caiu em quase um terço, de 2,1 milhões para 1,6 milhão.

O combate ao trabalho infantil se transformou em uma das maiores bandeiras da entidade nos últimos anos e os resultados em todo o mundo começam a aparecer. Em pouco mais de dez anos, o número de crianças que trabalham caiu em um terço. Mas, apesar dos avanços inéditos, o mundo não atingirá a meta de eliminar o trabalho de crianças até 2016, como governos haviam prometido. Atualmente, 168 milhões menores de 18 anos trabalham no mundo -40 milhões têm menos de 14.

Os dados divulgados às vésperas da conferência global sobre o assunto, que será em outubro em Brasília, dão a dimensão do progresso. Em 2000, 245 milhões de crianças, ou 16%, trabalhavam no mundo. Hoje, essa taxa é de 11%.

Brasil. Um exemplo de avanço citado pela OIT é o Brasil Em 2008,5,4% das crianças entre 5 e 15 anos no País trabalhavam. Em 2011, essa taxa caiu para 4,7%. A previsão da OIT é de que o governo brasileiro divulgue seus números de 2012 na conferência de outubro e que mostrará uma queda ainda maior.

Mas os avanços no Brasil não estão sendo acompanhados no restante da América Latina, onde o progresso é considerado lento. Entre 2008 e 2012, o número de crianças trabalhando caiu de 14,1 milhões para 12,5 milhões. Mas um terço dessa queda ocorreu graças ao Brasil.

No total, a taxa de crianças latino-americanas que trabalham foi reduzida de 10% para 8,8%. “Parece que os bolsões onde ainda existe trabalho infantil são de difícil acesso”, disse Constance Thomas diretora do Programa Internacional para a Erradicação do Trabalho Infantil Na Colômbia, por exemplo o número de crianças em postos de trabalho chegou a aumentar.

A avaliação da OIT é de que apenas o crescimento econômico em países emergentes não é suficiente para acabar com o trabalho infantil. Para que isso ocorra, são necessárias leis, combate às práticas e estratégias. “Os avanços ainda são lentos”, declarou Guy Ryder, diretor-geral da OIT.

Por setor

60%
das crianças que trabalham no mundo estão na agricultura: são 98 milhões de empregados com menos de 17 anos contra 54 milhões em serviços e 12 milhões na indústria.

Fonte: O Estado de S. Paulo

GALERIA