Você se sente sobrecarregado no trabalho? Veja 7 questões para considerar

Data da postagem: 9/10/2014
Getty Image

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O estilo de vida nas grandes cidades, as oscilações da economia e o avanço das tecnologias estenderam as jornadas de trabalho e a quantidade de coisas para se fazer ao mesmo tempo. Hoje, basta atender o celular para (re)começar o expediente, onde quer que se esteja.

UOL ouviu especialistas em estresse, carreira e administração do tempo, e levantou sete questões essenciais para quem precisa repensar sua relação com o trabalho.

Foram ouvidos a especialista em recursos humanos Eline Kullock, presidente do Grupo Foco; a psicóloga Ana Maria Rossi, presidente no Brasil da Isma (Internacional Stress Menagement Association), organização internacional que se dedica à pesquisa e ao tratamento do estresse; e o coach Sergio Guimarães, idealizador da Academia do Tempo, escola especializada em administração do tempo e gerenciamento do estresse.

Sete dicas para repensar sua relação com o trabalho
É como uma epidemia

A sobrecarga no trabalho é um fenômeno contemporâneo de largo alcance. Para se manter no mercado, lucrar e crescer, as empresas buscam produzir mais com menos recursos. “Hoje, velocidade conta muito”, diz Kullock. É preciso lembrar, porém, que a dedicação excessiva ao trabalho afeta as demais áreas da vida, como os relacionamentos e a educação dos filhos.

O medo favorece a sobrecarga

Em contextos de crise econômica, quando há maior risco de demissão por descumprir metas ou para cortes de custo, os funcionários se sentem pressionados a trabalhar mais e a assumir novas responsabilidades. Mesmo porque funcionários desligados pela empresa ou por iniciativa própria podem não ser substituídos, tendo suas atribuições compartilhadas pelos que ficam. Mesmo quem não deve teme.

Em cidades grandes, a situação piora

O trânsito nas grandes cidades afeta diretamente o trabalho. Afinal, as pessoas acordam mais cedo para ir ao escritório e tendem a dar uma ‘enrolada’ em suas mesas após o expediente para evitar o trânsito no horário do rush, mesmo quando não se sentem pressionadas a ficar pelo volume de trabalho, pelo chefe ou pelos colegas. Esse tempo perdido agrava o desgaste diário, físico e mental.

É possível adoecer pela sobrecarga

O estresse altera diversos processos no funcionamento do corpo, como liberação de hormônios, batimentos cardíacos, processos digestivos e respiração, entre outros. Se ocorre de forma intensa e/ou prolongada, a sobrecarga no trabalho pode favorecer processos depressivos, doenças do coração, gastrite, distúrbios sexuais, alterações no sono, além de lesões por esforço repetitivo.

Você sofre menos quando escolhe

A sobrecarga pode ser uma opção em fases da carreira, para o desenvolvimento profissional (trabalhar e estudar junto), conquistar uma promoção, ou atingir uma meta. Por um período determinado, é mais fácil equilibrar com o resto da vida. Quem vive isso por anos deve se perguntar se o trabalho excessivo é uma escolha, um vício ou um pretexto para fugir de problemas.

Organização pode ajudar
Muita gente se sente sobrecarregada por falta de uma boa metodologia de trabalho ou usa o excesso de tarefas para se sentir imprescindível. Um processo de trabalho organizado requer que se estabeleça objetivos antes de definir prioridades. Quando tudo é considerado urgente, não se prioriza. Muitas vezes, priorizar não significa fazer antes, mas fazer com certeza.
É possível negociar para trabalhar menos

Embora isso ainda seja um tabu, conversar com o chefe sobre o excesso de responsabilidades é uma medida viável e recomendável, pois cabe a ele gerenciar o estresse de seus funcionáriose perceber as necessidades da sua equipe. Se seu chefe for pouco acessível –porque ele está sob grande pressão ou é viciado em trabalho–, melhor atualizar o currículo e ficar de olho no mercado

Pesquisa: 69% relatam desconforto relacionado ao emprego

Uma pesquisa realizada em 2013 apontou que 88% dos entrevistados se declararam ansiosos, 83% angustiados e 74% preocupados no momento da entrevista. Para 69%, esse desconforto estava relacionado ao trabalho. As outras esferas da vida (pessoal, social, financeira etc.) assombravam juntas os demais 31%.

O estudo foi feito pelo braço brasileiro da Isma (Internacional Stress Menagement Association), organização internacional que se dedica à pesquisa e ao tratamento do estresse, e ouviu 1.000 profissionais de diferentes níveis na carreira em São Paulo e Curitiba.

53% recorrem ao álcool para se desligar do trabalho

A pesquisa da Isma revelou, ainda, que 85% dos profissionais declararam sofrer de algum tipo de dor (muscular, de cabeça etc.); 70% afirmaram se sentir cansados, com mais horas de trabalho e com menos tempo para repor suas energias; e 35% disseram sofrer de algum tipo de distúrbio do sono, como a insônia.

O estudo mostrou também que a reação ao estresse pode favorecer problemas de saúde: 56% afirmam usar medicamentos, muitas vezes por conta própria; 53% admitiram recorrer ao álcool como forma de se desligar do trabalho e 35% declararam que passaram a comer mais.

“Estudos mostram que o estresse altera o paladar –ao mesmo tempo, a comida se torna um recurso de gratificação para quem se sente tão cansado”, acrescenta Rossi.

Fonte: UOL

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