Trabalhadores têm dificuldade de comer na rua com aumento de preço
Custo da alimentação fora de casa – que inclui refeição, lanche e café da manhã, teve alta de 0,71%, quase o triplo da inflação oficial do mesmo período, 0,25%.
Um problema enfrentado por milhões de brasileiros que vivem nos nossos maiores centros urbanos. A renda desses cidadãos é de até 40 salários mínimos. E o trabalho deles não permite que façam todas as refeições em casa.
É praticamente uma dieta forçada.
“Com R$ 10 não dá para comprar nada. Até pouco tempo eu saía com R$ 10 na rua dava para fazer um lanche super gostoso”, brinca a antropóloga Juliana Campos
A mordida no orçamento das famílias com renda mensal de até 40 salários mínimos, nas 13 capitais brasileiras pesquisadas foi forte em agosto. O custo da alimentação fora de casa – que inclui refeição, lanche e café da manhã, teve alta de 0,71%, quase o triplo da inflação oficial do mesmo período, 0,25%.
“Se você for somar um lanchinho aqui, lancha de manhã, lancha à tarde, lancha à noite, almoço, o bicho pega”, diz o comerciante Peter Hardman.
Em um escritório em Belo Horizonte, todo dia tem mutirão para driblar o aumento dos custos.
Os colegas de empresa passaram a usar a cozinha do trabalho como extensão da própria casa.
Cada um traz um ingrediente para o almoço. É apelando para a famosa vaquinha que eles estão conseguindo proteger o orçamento de todos.
“O pezinho de alface é R$ 1. O outro traz um tomatinho, um outro traz um ovinho de codorna”, conta Margareth Ferreira Pacheco, auxiliar serviços gerais.
“A diferença de orçamento de almoçar lá fora e almoçar aqui dentro é quase que de 30%”, afirma a coordenadora de RH Isabel Cristina de Oliveira.
A salvação dos funcionários do escritório de contabilidade é a boa e antiga marmita, que tem sabor caprichado e preço camarada.
“Se fosse adquirir a mesma quantidade de refeição num restaurante aqui na região sairia pelo dobro do valor. Ainda bem que inventaram a tal da marmita”, disse o contador Jackson Carvalho.
Fonte: Jornal Nacional